domingo, 16 de novembro de 2008

CARTOLA E OS ARTISTAS DA NOVA GERAÇÃO

Assim como grandes nomes da nossa música já cantaram Cartola, a nova geração também vê nele uma grande influência. Atravessando gerações, as canções do mestre marcam a vida de quem as conhece. E, por unanimidade, o maior sucesso de Cartola apontado por esses novos talentos foi “As rosas Não Falam”.


RAQUEL KOEHLER:
Música que mais gosta de cantar: “Sendo super clichê, indo no movimento da mídia e da massa, para mim, a melhor de todas é "As rosas Não Falam", que tive o prazer de interpretá-la no "100 anos de Cartola" e me emocionou muito”.

Cartola por Raquel Koehler: “Cartola é desordem, riqueza, samba, pobreza, luta, doçura, malandragem, realidade e sensibilidade. E isso, para mim, é Brasil. Não seria certo afirmar que ele contribuiu ou foi importante, ele é o RESUMO”.

Raquel canta, em seus shows, a música “Preciso me encontrar”, de Candeia, que fez sucesso na voz de Cartola. Com um arranjo ousado, Raquel transformou a música em um delicioso Rock’n’roll.

Confira o vídeo:



JULI MARIANO:
Música que mais gosta de cantar: “Preciso me encontrar”. Cantei muito esta canção, chorei muito cantando esta canção e, assim, desabafei e fui elaborando um luto do que nem eu mesma sabia que estava morrendo”.

Cartola por Juli Mariano: “Cantar Cartola é também pensar sobre a vida. Em tempos de imediatismo em que vivemos, de comércio descartável, pensar em Cartola é quase que pensar num Dom Quixote da música”.

Juli Mariano fez parte do grupo Seresta Moderna, que conta a história da MPB através de seus grandes sucessos. Para montar o grupo, Juli fez toda uma pesquisa de músicas, compositores e curiosidades que marcaram a história da Música Popular Brasileira. Confira algumas dessas histórias:

As rosas não falam
Uma vez no morro da mangueira, Dona Zica, olhando a roseira que se via de sua janela, perguntou a Cartola "De onde você acha que vem tanta beleza"? Cartola displicentemente respondeu: "Ah, sei lá, as rosas não falam". Depois ele mesmo gostou do mote e compôs a canção.

Comissão de frente
No inicio, a comunidade costumava sair na frente da escola sambando e, como em sua maioria eram negros, era comum a polícia prendê-los por vadiagem, Cartola então sugeriu que passassem a sair na frente da escola de terno e gravata para impor respeito. Assim nasceu a comissão de frente.

A volta de Cartola à cena musical
Cartola por volta dos anos cinqüenta, viúvo de sua primeira esposa, afastado da Escola e doente, vai morar na Baixada Fluminense e passa lavar carros no Centro. Certo dia, Stanislaw Ponte Preta o reconhece entre os carros e, inconformado, o traz de volta à cena musical.


MARCIO BRAGANÇA:
Música que mais gosta de cantar: “O Mundo é um Moinho”. Eu vivi um grande amor e sofri uma desilusão amorosa. Era uma menina 9 anos mais nova que eu, "começando a conhecer a vida". Esta música narra direitinho esse momento da minha vida. Ao som desta canção eu fui superando essa desilusão. Por isso que é tão especial pra mim”.

Cartola por Marcio Bragança: “Cartola é importante culturalmente pois mostrou que no morro tem gente capaz de fazer arte bem feita, apesar da dificuldade de recursos, da falta de instrução. Ele aproximou o morro do asfalto”.

Marcio cantou “O mundo É Um Moinho” em um show em homenagem aos 100 anos de Cartola, organizado por seu neto, Reizilan. A participação de Marcio foi um dos grandes momentos do show.

MANU SANTOS:
Música que mais gosta de cantar: “O Mundo É Um Moinho”. Quando eu estava com 11 anos de idade, queria ir a uma festa, e os meus pais não deixaram. Eu fiquei pedindo ‘por favor, por favor, por favor...’. Aí minha mãe começou a cantar essa música pra mim e eu entendi perfeitamente bem o que ela queria dizer. Ela me faz agir de uma forma completamente diferente do que eu agia alguns anos atrás, na adolescência (achava que sabia de tudo). Me fez crescer mentalmente”.

Cartola por Manu Santos: “O amor que eu sinto em cantar as músicas do mestre transcende. Significa muito poder estudar e cantar cada verso das ‘rosas’ de Cartola. Ele era delicado, musicalidade à flor da pele. Harmonia e poesia em uma pessoa só”.

Manu Santos também faz parte do Seresta Moderna, o que a proporcionou cantar “As rosas não falam”. Em seus shows, já interpretou sucessos como “Tive sim”.

Confira o vídeo:




E veja também a participação de Manu cantando “Cordas de aço” no show de Zé da Velha e Silvério Pontes:

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